Pensando na mediunidade e refletindo sobre a sua importância para o ser humano dotado dessa capacidade de comunicação e interação com o mundo espiritual, com outras
dimensões da vida (que hoje a física quântica já começa a desnudar de forma
mais eloquente), constato que ela é muito mais do que uma via de interação e do
que uma simples ferramenta de auxílio ao próximo. Em alguns dos estudos mais
tradicionais a mediunidade é apresentada como um compromisso de auxílio aos
mais necessitados, como um instrumento através do qual o médium pode ceder seu
corpo e suas capacidades mediúnicas aos espíritos mais elevados para que estes
possam realizar a caridade e manifestar seu amor ao próximo. E o médium, até
então, era visto como aquele que generosamente devia se entregar ao trabalho de
forma totalmente passiva, sem que ele mesmo tivesse qualquer benefício de suas
capacidades além de doar seu corpo e manifestar a sua boa vontade.
Com
o avanço da sociedade e através da evolução de nossas consciências e de nossos
próprios espíritos em direção à Luz, chegamos a um ponto onde podemos entender
a mediunidade como uma grande oportunidade de crescimento; não só pela entrega
do médium como instrumento da espiritualidade maior mas, também, como forma de
evolução de si mesmo. Ao estudar e desenvolver os seus dons mediúnicos, cada um
de nós pode buscar a capacidade e as condições interiores que nos permita
entrar em contato com fontes de sabedoria e de ensinamentos que estão à
disposição daqueles que estão em plena busca de sua ascensão pessoal. Quando
digo ascensão, não estou me referindo a uma posição elevada, a um alto posto, a
orgulho, vaidade e soberba. Não. Estou me referindo a uma ascensão espiritual,
energética, a uma elevação vibratória, uma iluminação gradativa.
O
estudo e o exercício da mediunidade permitem ao médium tanto auxiliar o plano
espiritual quanto aos seus semelhantes e a si mesmo. A elevação ocorre através
da ética, da moral, da responsabilidade, do compromisso e da retidão interior;
a reforma íntima é a via pela qual o médium pode ascender seu espírito elevando
o seu estado vibratório e tornar-se capaz de entrar em contato com seus guias,
mentores e mestres espirituais em outros níveis de consciência. O que nos
permite buscar a compreensão da origem das coisas, das energias que compõem a
vida, dos fatos que geram os acontecimentos e das várias formas de atuação que tanto
podem nos auxiliar no plano material da vida quanto no campo religioso, no
científico e na medicina. Toda a vida interage com o plano espiritual e tudo
está ao nosso alcance desde que tenhamos o devido preparo e conhecimento para
interagir com responsabilidade e sem ambições. São informações e conhecimentos
que precisamos ter equilíbrio, discernimento, amadurecimento, para que possamos
realmente compreender e vivenciar em nosso dia a dia. Nossos guias, nossos
mestres, não disponibilizam informações apenas para satisfazer nossas
curiosidades infantis. Estas são meras tolices, nossos desejos humanos são
apenas fontes de desequilíbrios, o verdadeiro aprendizado está disponível para
aqueles que se dispõem a vivenciá-lo em sua caminhada desde o momento em que
acordamos pela manhã até o momento em que nos deitamos para dormir; e, mais
ainda, durante o sono quando nos desprendemos de nossa veste carnal e adentramos
no mundo do espírito onde permanecemos até o despertar matutino de nosso corpo
físico.
As
ambições e os desejos desenfreados e desequilibrados atuam baixando nossas vibrações
em escala, como uma escala de cores em degradê, como uma escala musical. Com
nossas baixas vibrações e desequilíbrios internos não conseguimos acessar os
planos mais sutis e não conseguimos nos comunicar com aqueles que muito têm a
nos ensinar. Estamos no jardim de infância, na alfabetização da vida, temos
muito o quê aprender até chegar ao “primeiro grau”, ao “segundo grau”, até
concluir a “faculdade”. Dessa mesma forma, nossos espíritos estagiam na vida
buscando o aprendizado e a mediunidade é uma oportunidade maravilhosa que nos é
dada por Deus para que possamos nos aprimorar ao mesmo tempo em que podemos
auxiliar muitos de nossos irmãos que, por vezes, nós mesmos prejudicamos em
outros momentos de nossas jornadas evolutivas.
A
mediunidade é uma fonte de experiências e de oportunidades que nos permite um
vasto aprendizado e um grande avanço em nossas caminhadas evolutivas desde que
tenhamos consciência disso e comprometimento suficiente para estudar,
compreender e aplicar este aprendizado. Não estou dizendo que é fácil viver com
toda esta responsabilidade e compromisso, muito pelo contrário, estou afirmando
que a mediunidade exige muito de nós e que não nos foi concedida em vão. Se
estamos aqui nesta Terra e manifestando algum dom mediúnico, certamente não é
apenas para nosso uso particular. E, também, não é apenas para saciar a nossa
curiosidade. Estou pedindo a atenção de cada um de nós, pedindo que cada um
observe a forma como vivencia a sua própria mediunidade.
Estamos
num momento de expansão da consciência humana e do espírito, um momento de
grandes mudanças e transformações no plano espiritual e, consequentemente, no
plano material. Uma grande parte dessa mudança depende de nós, do nosso
empenho, da nossa dedicação e do nosso sacrifício pessoal em busca da
iluminação de nossos mentais e do nosso ser espiritual como um todo. Há um
grande trabalho de limpeza, de purificação e de reestruturação acontecendo nos
planos superiores para que a nossa realidade material possa ser alterada, para
que nós possamos entrar numa nova fase de Luz aqui na Terra. Tantos conflitos,
tantas insatisfações, são manifestações de estados emocionais profundamente
desequilibrados que estão sendo trazidos à tona para expurgo de toda essa
negatividade. As grandes mudanças e transformações sempre vêm precedidas de
momentos um pouco traumáticos, podemos nos imaginar como as lagartas que num
determinado momento de suas vidas se recolhem, viram um casulo e somente depois
de uma grande transformação e de um grande esforço conseguem romper as várias
camadas criadas ao seu redor para, enfim, se libertar e sair voando batendo
suas novas asas num mundo completamente novo e diferente para elas. Mas trazem
em si, em seu íntimo, todo o aprendizado e todas as lembranças do que teve que
passar para “renascer” de forma tão bela e tão livre.
Assim
somos nós. Espíritos em plena transformação. É chegado o momento de parar,
refletir e utilizar a mediunidade com sabedoria para que ela possa atuar como a
fase do casulo, quando a lagarta se fecha em si mesma e se transforma em um ser
mais sublime. Nada deve ser desperdiçado, a vida não deve ser deixada à deriva,
nós temos a responsabilidade sobre o tempo que nos é dado, nós temos o livre
arbítrio. E a mediunidade é uma dádiva que nos é concedida por Deus como forma
de intensificar nossas vivências pessoais e de levar o conhecimento e praticar
a CARIDADE aos nossos semelhantes. Por tudo isso, não devemos ser autômatos,
não devemos agir e viver como uma máquina que apenas repete os movimentos que
foram programados pelos outros. Devemos buscar nossos próprios entendimentos,
olhar para o nosso interior e descobrir qual é o nosso caminho, o quê devemos
fazer, por que motivo estamos aqui. Cada um de nós tem seu compromisso, não
existem duas pessoas iguais na face da Terra. Individualmente, devemos elevar
nossos pensamentos ao Alto em oração e pedir à Deus a nossa orientação, que ela
venha através de nossos Guias espirituais, de nossos Mestres, Mentores e
Protetores individuais. Pois devemos seguir primeiramente a nossa própria
“fonte”, àqueles aos quais estamos espiritualmente ligados de forma natural.
Cada ser humano tem o seu caminho, o seu entendimento e as suas regras. Mas
quem nos conduz é Deus. Somente Deus pode nos orientar e nos guiar pelos
caminhos e pelas experiências que devemos passar. Nossos irmãos da Terra podem
nos ajudar, conversar, transmitir as suas próprias experiências, passar adiante
os ensinamentos que receberam através de seus antepassados, de suas religiões,
dos modos e costumes que vivenciou, mas apenas Deus através de nossos Guias,
Mestres, Mentores e Protetores sabem realmente o que é melhor para cada um de
nós. Devemos nos aprofundar em nossa mediunidade, buscar o conhecimento e o
entendimento necessários mas devemos estar sempre ligados às nossas forças
espirituais para que possamos estar sempre amparados no caminho certo, na
direção da Luz que só Deus Pai emana a cada um de nós.
Salve
todas as nossas Forças Espirituais!
Salve
todos os nossos irmãos e amigos com os quais encontramos e partilhamos durante
a caminhada na Terra!
Com
todo o respeito e amor a cada um de vós, aqui me despeço até a próxima
dissertação.
Abraços
fraternos.
SENZALA DE UMBANDA
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Muito bom! Parabéns!
ResponderExcluirObrigado ,eram as palavras que eu precisava escutar
ResponderExcluirObrigado
ResponderExcluirExcelente!!!!
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